Gestrinona e a saúde mamária da mulher

O conhecido “chip da beleza” no Brasil é composto pela substância gestrinona, um hormônio sintético cujos estudos iniciais apoiavam sua aplicação para controle da endometriose.
No entanto, também ficou popular como método de controle da TPM e de reposição hormonal pós-menopausa, o que proporcionaria, ainda, a melhoria da conformação corporal dessas mulheres.
Esse hormônio tem efeito predominantemente androgênico ou masculinizante, com potencial resultado de melhoria do trofismo e tônus muscular feminino, de redução do percentual de gordura corporal e aumento da testosterona. Consequentemente, aumentaria também a libido. Por isso, o chamado “chip da beleza” seria o paraíso da mulher e se tornou uma febre entre celebridades, mulheres na menopausa, e até entre mulheres mais jovens.
Contudo, é uma bomba injetada nos corpos femininos para a qual ainda não há conhecimento sobre os efeitos futuros. O implante, para tal finalidade, não possui a aprovação da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) e, atualmente, até mesmo a gestrinona parece estar com registro suspenso no país. Muitas dúvidas pairam sobre o fabricante, a forma como é produzido e, eventualmente, quais outras substâncias podem estar presentes nesse chip. Até mesmo a bula do "medicamento" não é fornecida ao usuário. Fazer a indicação de uma substância como essa é algo muito delicado, um risco profissional que também não se justifica, sobretudo por acarretar prejuízo às vezes irreparável na saúde de uma mulher.
Mastologista Clécio Lucena – CRM 24949
O implante de gestrinona não é uma opção recomendada pela Comissão Nacional Especializada de Climatério da Febrasgo @febrasgooficial por não obedecer a padronização de medicamentos hormonais comercializados no Brasil, por ter a aprovação cancelada na ANVISA e, ainda, por não haver publicações de dados referentes à sua eficácia e segurança na literatura científica médica.